Tropicália urbana: por dentro de uma morada brasileira
Inspirado na cultura brasileira, o arquiteto Henrique Steyer desenvolveu um projeto completamente diferente. Intitulado “Yes, we have bananas’’, em homenagem à música de Carmem Miranda, o espaço em Porto Alegre foi transformado para receber uma verdadeira galeria da cultura tupiniquim.
O destaque deste trabalho é o cuidado com cada detalhe. A proprietária da casa e o arquiteto fizeram uma busca por fornecedores diferenciados, viajando juntos por Nova York, Miami e Rio de Janeiro. A união entre elementos estadunidenses e brasileiros foi feita com cautela, dando preferência aos toques latinos existentes na América do Norte.
“Assim como aconteceu com a miscigenação do nosso povo, a criação deste living buscou uma mistura perfeita e embarcou na ponte aérea Brasil-Estados Unidos atrás de uma harmonia essencialmente latina”, conta o arquiteto.
O tapete oriental foi garimpado em um antiquário do Rio de Janeiro. O sofá branco em linho também é oriundo da Cidade Maravilhosa.
A sala de jantar, integrada ao living, recebe a mesma estética. As cadeiras foram revestidas com ráfias africanas, compradas em Nova York.
Ao lado da mesa de refeições, um espelho antigo com moldura talhada chama atenção pelos seus detalhes. Ele é acompanhado por um móvel em madeira com santos barrocos e tocheiros de prata.
Sobre a parede do sofá, ficam os tesouros da moradora. Os desenhos de Djanira Motta e Silva convivem com a escultura de Siron Franco e o quadro de Di Cavalcanti. Como toque final, foram colocados exemplares de arte plumária.
Ao entrar no quarto, a impressão é de estar em uma igreja barroca de Minas Gerais. Imagens religiosas se unem de maneira harmônica a castiçais dourados e um piano antigo.
No banheiro, o estilo beira o gótico. Paredes em preto fosco são combinadas com elementos dourados, como a moldura e os candelabros de parede.
Os espaços são exemplos perfeitos da diversidade cultural do Brasil. Em cada cantinho da casa, é possível identificar uma época, região e estilos misturados, que resultam em uma decoração que não poderia ser mais brasileira.
Fotos: Gui Gomes e Eduardo Liotti