Flores para os refugiados
No último sábado, 28 de setembro, o Westwing reuniu uma turma de clientes e admiradores da marca para participar de uma manhã especial: um workshop sobre arranjos de flores. Até aí, nada de muito diferente…não fosse um detalhe que faz – e fez – toda a diferença: o propósito da empresa. No ateliê Flores para os Refugiados, que fica no Alto de Pinheiros e atende com hora marcada, parte da venda dos arranjos feitos ali pelas mãos de Kety e Gabriela Shapazian (mãe e filha) financia viagens da Gabi para atuar como voluntária em campos de refugiados da Europa. Leia a seguir um bate papo com Kety sobre o projeto, e inspire-se.
Como tudo começou?
No final de 2015, eu e a Gabi, minha filha, passamos 45 dias recebendo os barcos que faziam a travessia do Mar Egeu com refugiados para entrar na Europa. Essa experiência de mãe e filha mexeu muito e mudou tudo na nossa vida. Na volta, a Gabi falou que queria continuar fazendo esse tipo de trabalho na Grécia. Aí então comecei a pensar como fazer com quem esse projeto acontecesse de forma sustentável. E então, fazendo o chá de bebê para um casal sírio que a gente ajudou, eu recebi um arranjo de flor em casa como agradecimento de uma pessoa que também tinha contribuído com o enxoval… Quando vi, na hora eu tive a ideia de que vendendo flor, a Gabi iria sempre ter dinheiro para ajudar os outros. E assim nasceu o projeto.
Quem participa dele e o que é o Flores para os Refugiados?
Eu e a Gabi somos sócias, e temos um funcionário que faz as entregas. Em breve queremos contratar um refugiado para nos ajudar a fazer os arranjos. Hoje a gente é um ateliê com propósito, então parte da nossa verba é usada para que a Gabi possa ajudar as pessoas. Estamos crescendo, mas com muito cuidado para não darmos um passo maior que a perna. Não somos uma ONG, somos uma empresa, mas quando nos perguntam como as pessoas podem ajudar, a gente sempre responde: “procure se informar, entrar em contato com os projetos pelos quais se interessa, e saber mais”. Porque todo lugar tem uma demanda, e a gente sempre vai ter uma causa para abraçar.
Como você aprendeu a fazer arranjos?
Na raça! Eu não sabia absolutamente nada. Fiz muita coisa feia, desperdicei tempo e dinheiro, mas, nesse processo, claro que fui aprendendo. Ao mesmo tempo, comecei a seguir alguns floristas internacionais, que são mais modernos e fora da caixa, que faziam coisas difíceis de se ver por aqui. E assim, de tanto de fuçar, de repente as minhas coisas começaram a ficar diferentes também. E hoje é muito legal eu fazer workshops e ver as pessoas com interesse em aprender o que eu tenho a ensinar.
O que considerar na hora de escolher um arranjo para chamar de seu?
O seu modo de vida, como você é. Tem que pensar, por exemplo: você vai ter tempo de trocar a água e cuidar do arranjo? Porque não é só trocar a água…você tem que ver o que já morreu, tirar, cortar, separar…Isso é um micropaisagismo. Você vai disponibilidade pra isso? Se a resposta é não, o que você pode fazer: investir no arranjo seco que é a melhor alternativa para quem quer ter um arranjo lindo em casa, mas que não quer cuidar dele. Porque, vamos combinar, o seco é muito mais bonito que uma flor de plástico.
Matéria: Anita Pompeu