Um olhar sobre o apartamento de Anna e Eugeni Bach
A arquiteta finlandesa Anna e o arquiteto espanhol Eugeni Bach estão à frente do escritório Bach Arquitectes. Sem seguir um estilo específico, baseiam seu trabalho nas origens e estrutura do local em que irão atuar. Na sequência, pensam em como aprimorar o design e a arquitetura.
Em Barcelona
Antes, o casal vivia em um apartamento pequeno. Com o nascimento do segundo filho, decidiram procurar um novo lar com a atmosfera do catalão e referências do Art Nouveau.
No último andar de um antigo prédio do bairro Eixample (Barcelona), encontraram dois apartamentos que foram reformados e transformados em um só. “O apartamento estava em mau estado e não tinha sido revitalizado desde sua construção em 1910, mas para nós tinha um brilho especial. Os belos pisos, tetos, janelas e portas originais foram preservados. É isto que dá o toque de magia ao lugar”, contam.
O apartamento já tinha uma personalidade própria e a ideia era manter tal identidade ao mesmo tempo em que adaptavam o espaço ao estilo de vida da família.
O piso de ladrilhos hidráulicos em mosaico é um dos pontos de destaque. Este tipo de acabamento era típico do início do século XX nas construções de Barcelona. Na casa de Anna e Eugeni Bach, cada andar tem diferentes cores e padrões. Isso dispensa o uso de tapetes na maioria dos ambientes, pois todos possuem um conceito próprio.
Por serem marcantes e coloridos, os arquitetos decidiram minimizar o uso de cores no restante da casa. Assim, as paredes são brancas e equilibram a composição. O calor é garantido pelo uso de madeira natural.
As obras de arte também têm presença garantida já que os dois são amantes da pintura. No apartamento cada peça tem uma história e os artistas fazem parte de momentos significativos da vida deles.
No quarto, o elemento especial é o pendente dos anos 50 projetado pelo arquiteto espanhol Josep Antoni Coderch. “É um design perfeito: funcional, bonito e cria uma luz quente”, explicam.
As inspirações e o futuro
“Nós não acreditamos em estilo da moda. Preferimos associar a decoração da casa com nossas próprias vidas e acreditamos que todo mundo deveria fazer isso. Você torna tudo mais pessoal com a pintura que alguém lhe deu de aniversário, expondo os livros que já leu, compondo com as lembranças de uma viagem. O que acreditamos é que uma casa deve mostrar a alma das pessoas. Isso pode levar tempo e ser feito em conjunto com o arquiteto e os moradores.”
Anna e Eugeni Bach encontram inspirações em tudo que os cerca. Eles vivem com os olhos abertos e absorvem o máximo de experiências pessoais para, depois, inseri-las em seus projetos. Tudo serve de referência: desde a arte de David Hockney até a música de Sibelius, os filmes de Billy Wilder e a beleza rural da Finlândia.
No futuro, pretendem expandir o trabalho projetando objetos, casas, edifícios públicos e paisagens. “Vamos atuar com materiais naturais porque eles transmitem algo que vai além da aparência. É como se o material sentisse e respirasse, contando uma história através de si”.