SP-Arte 2015
Vai ficar em São Paulo no final de semana e ainda não decidiu o que fazer? Aproveite o tempo livre para curtir a programação da maior e mais importante feira de arte da América Latina. A SP-Arte começou no dia 9 de abril e vai até amanhã no Pavilhão da Bienal, Parque Ibirapuera.
Em sua 11ª edição ficou comprovado que é possível expandir ainda mais as fronteiras nacionais e internacionais. Fernanda Feitosa, idealizadora e diretora do evento, conta: “É uma alegria receber pela primeira vez algumas das mais importantes galerias da América Latina, Estados Unidos, Europa e África”. Agora, como desfrutar ao máximo os últimos dois dias de uma feira que preencheu pela primeira vez os três andares da Bienal com 141 coleções de arte contemporânea e moderna? O Westwing conferiu tudo e traz os highlights para você!
Combinar, inovar e surpreender
Provando que São Paulo realmente está sob os holofotes do mundo, a britânica White Cube trouxe a obra homônima do artista Damien Hirst que capta a cidade de um jeito inusitado. No quadro com mais de dois metros de altura, percebemos que materiais metálicos como zíperes, ganchos e bisturis retratam perfeitamente a paisagem urbana da região da Vila Clementino. Outra vertente da expressão contemporânea fica por conta da estrutura projetada por Anish Kapoor, um dos escultores mais influentes da atualidade. Deparar-se com o Random triangule mirror, na Lisson, é entrar em uma aventura que irá manobrar a sua imagem em diferentes escalas e formas.
Ao caminhar pelos corredores, é impossível não reparar na combinação de cerâmica, argamassa, alvenaria e alumínio que deu vida à instalação do polêmico Piotr Uklanski. Testando novas estéticas através de materiais simples, o polonês vem suscitando reações intensas do púbico. Em contrapartida, o mar de tons que se misturaram em um quadro tão harmônico como o de Urs Fischer é unanimemente encantador.
Brasileiras e apaixonantes
A Zipper Galeria é um lugar de encontro: da arte com o espaço; do colecionador com o artista. Já a Choque Cultural tornou-se referência na investigação de linguagens e hibridações. Na SP-Arte 2015 os estandes destas brasileiras refletem a sede por inovação do nosso país ao retratarem a combinação de materiais, formas e cores que chamam atenção.
Passado inspirador
A SP-Arte também faz uma viagem no tempo mostrando ao público o passado inspirador composto por nomes consagrados. A Dan Galeria garantiu um espaço especial para desenhos de Picasso, enquanto a americana Van de Weghe se tornou um dos must-see da feira trazendo obras que vão de Andy Warhol a Miró. Voltando para o Brasil, o grande paisagista Burle Marx também ganhou notoriedade como pintor. Você encontrará o legado dessa personalidade multifacetada no primeiro andar.
De olho no futuro
Quem adora acompanhar as promessas do futuro irá se identificar com a exibição da Showcase que acontece no térreo. Lá, encontramos uma seleção nacional e internacional de galerias em ascensão. O diferencial? Cada uma elegeu até três dos artistas que representam e explorou trabalhos que conversam entre si em uma chance ímpar de pensar o conjunto do próprio portfólio.
Destacamos a instalação de parede com caixas de madeira feita pelo paulistano Vítor Mizael. Entre pardais e periquitos, percebemos o ímpeto de liberdade e uma crítica à falta dela. Seguindo a linha natural, o artista cubano Jorge Mayet retornar às suas origens com uma obra intensa que mostra a força das raízes fincadas na vida. Outro pioneiro da arte, Mario Cravo Júnior também marca presença no evento. Vale a pena conferir!
Outros destaques
E quando as paredes do Pavilhão da Bienal não são suficientes para abarcar a criatividade pulsante da SP-Arte 2015? Vemos produções ocuparem vãos e até os ares do projeto de Oscar Niemeyer! Esta edição inaugurou o Open Plan com um setor dedicado à performance. De repente, a luz que invadia o terceiro andar do pavilhão divide espaço com obras como a instalação Sphère bleue de Julio Le Parc. A esfera de quatro metros de diâmetro, formada a partir da justa posição de acrílicos, enfatiza a iluminação em um corpo flutuante e um dos destaques do ambiente.
Se você é amante da performance, encontrará traços do trabalho consagrado de Marina Abramović na galeria Luciana Brito, enquanto estudantes da Belas Artes reencenam personagens intrigantes que agitaram o cenário desta vertente. É o caso de Breath (Two in a Hat), obra minimalista e social concebida por James Lee Byars, em 1968, na qual duas pessoas se unem por um chapéu e respiram em uníssono, como em uma comunicação de ioga.
Saiba mais
Esse apanhado de beleza te deixou com gostinho de quero mais? Não perca a oportunidade de ver tudo ao vivo e a cores!
Quando: Até 12 de abril
Onde: Pavilhão Ciccillo Matarazzo, Parque do Ibirapuera, Portão 03, São Paulo
Entrada: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) |O Vale-Cultura pode ser utilizado para o abatimento de 50% do valor do ingresso