Exposição em São Paulo conta a trajetória de Mondrian e o Movimento De Stijl

Ao pensar em Mondrian, é comum associar seu nome ao uso de cores primárias e formas geométricas. Porém, a trajetória do pintor vai além de suas obras mais conhecidas. E é para contar a história do artista que a cidade de São Paulo recebeu um presente muito especial no dia 25 de janeiro: a mostra Mondrian e o Movimento De Stijl. Em cartaz no Centro Cultural do Banco do Brasil, a exposição é a maior sobre Mondrian já realizada na América Latina.

Mondrian e o Movimento De Stijl

Lírio Arum; flor azul (1908-1909) e Campanário de Zelândia (1911) – Piet Mondrian

Mondrian fora de suas linhas

Engana-se quem pensa que o pintor sempre carregou em seus quadros as características pelas quais é conhecido hoje. Por quase 30 anos, ele foi da criação de paisagens sombrias, passando por pinceladas impressionistas e em uma clara influência cubista, chegando à influência De Stijl.

Mondrian e o Movimento De Stijl

Retrato de uma mulher (1912) e Pintura no. 4; Composição 3 (1913) – Piet Mondrian

“Organizamos tudo para que o visitante possa acompanhar esse percurso e entender que aqueles retângulos coloridos facilmente reconhecíveis que povoam até hoje o imaginário do moderno, não nasceram de uma hora para outra, nem por acaso”, conta o curador da exposição, Pieter Tjabbes.

Mondrian e o Movimento De Stijl

Composição com grande plano vermelho, amarelo, preto, cinza e azul (1921); Composição com vermelho, azul, preto, amarelo e cinza (1921) e Composição de linhas e cor III (1937) – Piet Mondrian

O movimento De Stijl e a união das artes

O evento ainda conta com uma segunda parte, dedicada a situar o público em tudo que aconteceu no período de 1917, momento que a Revista De Stijl foi lançada. A publicação foi o ponto de partida para o movimento de mesmo nome. Pintores, poetas e designers que defendiam a harmonia de todas as formas de arte se uniram pelo mesmo propósito.

A partir dessa influência, Piet Mondrian começou a criar suas famosas linhas grossas e pretas, que parecem se expandir para fora da tela. A este estilo artístico ele deu o nome de Neoplasticismo.

Mondrian e o Movimento De Stijl

Cadeira Vermelha e Azul (1917 – 1923) – Gerrit Rietveld e Cadeira (1922-1923) – Thijs Rinsema

Construindo com cores

Os amantes de decoração também têm tudo para gostar do acervo. A cadeira Vermelha e Azul, de Gerrit Rietveld, está presente pelos corredores do Centro Cultural Banco do Brasil. O móvel, uma das primeiras manifestações do De Stijl, foi originalmente pintado em tons de cinza. Após o contato do designer com Mondrian, em 1918, o assento foi modificado para se espelhar nas obras do pintor.

Além disso, é possível observar a influência do De Stijl em obras arquitetônicas do artista, que trabalhou com referências que quebravam os estigmas estéticos da época.

Mondrian e o Movimento De Stijl

Quarto de meninos (1920) – Vilmos Huszár e Piet Klaarhamer

Cerca de 70 trabalhos, entre fotografias, pinturas, maquetes, móveis e publicações permitem que os observadores se situem no universo revolucionário da Holanda em 1917 e entendam a estética que continua moderna até os dias de hoje.

Depois de São Paulo, a mostra Mondrian e o Movimento De Stijl viajará até Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Mais informações

Onde: CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo – Rua Álvares Penteado, 112 – Centro, São Paulo.

Quando: Quarta a segunda, das 9h às 21 horas

Quanto: Gratuito

Saiba mais: http://culturabancodobrasil.com.br/

Gabriella Mondroni

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