Erwin Blumenfeld - Fotografias consagradas
Diversos propósitos e um talento. O “Mágico do Preto e Branco” de Berlim se transforma no “Mágico das Cores” em Nova York, se reinventando a cada clique e revolucionando a fotografia de moda. Erwin Blumenfeld caracterizou o seu trabalho como “contrabando” de arte e focou em um intuito: levar qualidade e beleza ao universo fashion.
A fotografia consagrada do alemão pode ser vista na exposição Blumenfeld Studio: New York 1941-1960. Até o dia 18 de janeiro de 2015, o público poderá conhecer no MAB (Museu de Arte Brasileira, em São Paulo) a produção realizada no estúdio do artista, localizado no Central Park, Nova York.
A mostra reúne fotografias de moda, campanhas publicitárias, retratos de personalidades, cartazes de propaganda e trabalhos experimentais reconhecidos pelos avanços técnicos para a época. Além disso, revela mais de noventa impressões de publicações e filmes de moda restauradas do início dos anos 60.
Vida e obra
Nascido em Berlim no ano de 1897 e imerso no movimento vanguardista europeu, começou a sua carreira em Paris. Mudou-se para Nova York em 1941 após sofrer as consequências da Segunda Guerra Mundial e ser preso em um campo de concentração por um ano. Neste período, trabalhou para as mais notáveis revistas da época, como a Vogue, Harper’s Bazaar Kaleidoscope e Cosmopolitan. Blumenfeld ficou reconhecido como um dos fotógrafos mais famosos e bem pagos dos EUA, assim como “um líder excepcional em fotografia criativa”, segundo o New York Times.
Arte em revista
Para transformar a fotografia de moda em arte de vanguarda, fez releituras de obras famosas em capas de revistas, como a Vogue americana que começou com “Moça com brinco de pérola”, de Vermeer e a edição da Harper’s Bazaar de 1941, influenciada pelo quadro “Um Bar do Folies-Bergère” de Manet.
Inéditas para o Brasil
A série “A torre Eiffel”, da Vogue Francesa de 1939, veio para a exposição de São Paulo e é inédita entre as mostras do fotógrafo.
Organizada pelo Museu Nicéphore Niépce, na França, a exposição conta com a curadoria de Nadia Blumenfeld, neta do artista. “Meu avô, que detestava observar os efeitos do envelhecimento em mulheres tão belas, e menos ainda em sua própria imagem, teria, em minha opinião, realmente apreciado a inversão que foi dada ao processo de envelhecimento de suas fotografias.”, explica ao falar sobre o processo de digitalização e reconstrução das cores que permitiram um efeito atual às imagens expostas. O evento já passou pela França, Alemanha, Inglaterra, Itália e China.
Fotos © Ramanaik Bueno