Oscar Niemeyer
Já pensou ter a chance de acompanhar os pensamentos, traços e criações que um gênio desenvolveu ao longo da vida? Até o dia 27 de julho, quem estiver em São Paulo, poderá fazer exatamente isso ao conferir a exposição “Oscar Niemeyer: clássicos e inéditos”. A mostra está acontecendo no Itaú Cultural que, em parceria com a Fundação Oscar Niemeyer, reuniu plantas, croquis, desenhos originais, maquetes, documentários e fotos do arquiteto.
Antes de tudo, vale fazer uma breve retrospectiva sobre este ícone da arquitetura. Muito influenciado por Lúcio Costa e Le Corbusier, ele expressava as características do modernismo com uma linguagem própria, criando uma identidade brasileira com estruturas pouco convencionais para a época (anos 40 e 50).
Admirado mundialmente, Niemeyer deixou um legado que pode inspirar futuras gerações e inúmeras obras em território nacional e internacional, tais como o Ibirapuera, o Copan, a Sede do Partido Comunista em Paris, entre outros. Além de ter participado efetivamente da criação e Brasília.
Os clássicos e os inéditos
Traços revolucionários aparecem em mais de 300 obras exibidas no Itaú Cultural, São Paulo. A curadoria é de Lauro Cavalcanti e a expografia é de Pedro Mendes da Rocha, enquanto a organização foi realizada pelo Núcleo de Artes visuais.
O público não só confere projetos bastante conhecidos, como tem a chance de descobrir ideias não concretizadas. Os responsáveis pela mostra explicam: “Sem descartar o registro de um percurso que, por vezes, se confunde com aquele da arquitetura do século XX, o objetivo desta mostra é revelar projetos inéditos que, por vários motivos, permaneceram no papel”.
Dividida em três andares, a exposição tem suas temáticas bem definidas. No 1º piso o visitante aprecia os Inéditos, que são originais de cadernos de trabalhos não executados. O curador explica que eles permitem ver a metodologia do arquiteto, assim como seguir o seu modo de conceber, desenhar, escrever e acompanhar o desenvolvimento dos projetos. Suas opções visuais aparecem em textos que ele chamava de “explicações necessárias”.
No segundo piso você se depara com 70 projetos, sendo que 19 foram executados e 51 ficaram apenas no papel. O público também interage com o acervo digital que se desdobra em mais de 300 plantas, desenhos e croquis originais.
O setor dedicado aos clássicos reúne fotografias e maquetes de obras emblemáticas, além de novidades. É a primeira vez que o conjunto de 20 croquis, denominados Aula, é exibido. O objetivo de Niemeyer era multiplicá-los, percorrendo universidades de todo país para transmitir seu pensamento plástico, político e existencial.
O estado de São Paulo
Temos ainda um andar completamente dedicado aos projetos para São Paulo. Um grande mapa eletrônico no piso localiza os projetos que Oscar Niemeyer fez pela cidade, além de uma série de criações do período de 1939 a 1990. Entre os inéditos aqui, encontramos uma versão de 1989 do Auditório do Ibirapuera, muito diferente do que a proposta final construída em 2002.
Sobre este espaço tão paulista, o curador afirma: “Um vínculo muito especial liga Oscar Niemeyer a São Paulo. Conjunto da Pampulha à parte, foram executadas em terras paulistanas, em 1951, as suas primeiras grandes obras públicas, o conjunto do Ibirapuera e a primeira mega estrutura dentro do tecido urbano, o Edifício Copan”.
Mais informações
- Data: até 27 de julho de 2014
- Horário: de terça a sexta-feira: 09h às 20h; Aos sábados, domingos e feriados: 11h às 20h
- Endereço: Itaú Cultural – Avenida Paulista 149, SP
- Entrada franca