Tarsila do Amaral é considerada um dos maiores nomes do modernismo brasileiro por revolucionar a arte nacional ao unir influências das vanguardas europeias com elementos da cultura e da paisagem brasileira.
Conheça o legado e obras da artista Tarsila do Amaral. Fonte: Pixabay
A arte de Tarsila, marcada por cores vibrantes, formas ousadas e referências à cultura do país, ultrapassa as paredes dos museus e encontra espaço também na decoração. Neste guia, você vai conhecer tudo sobre sua trajetória, legado, principais obras e inspirações para convidar a arte para dentro dos seus espaços. Acompanhe!
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Tarsila do Amaral: legado
Tarsila do Amaral é considerada a grande pintora do modernismo brasileiro, influenciando gerações de artistas e ajudando a projetar a arte nacional no cenário internacional. Seu estilo, que combina referências europeias e cultura brasileira, permanece vivo e admirado em museus, exposições e estudos sobre arte. Até hoje, suas obras são vendidas e valorizadas mundialmente, e seu nome está eternizado não apenas na história da arte, mas até no espaço: uma cratera em Mercúrio leva seu nome.
Obras de Tarsila do Amaral
As obras de Tarsila do Amaral usavam de técnica de pintura com cores vivas e de tinta a óleo. Uma das suas técnicas de pintura tinha uma estética fora do padrão, com influência do surrealismo na fase antropofágica e do cubismo.
A artista teve muitas obras importantes para a história da arte. As mais importantes foram:
“Abaporu” Tarsila do Amaral (1928)
Talvez sua obra mais famosa, foi pintada como presente de aniversário para Oswald de Andrade. O título vem do tupi-guarani e significa “homem que come gente”. O quadro mostra uma figura humana de pés e mãos exageradamente grandes, cabeça pequena e um cacto ao lado, sob um sol intenso. Essa imagem inspirou o Manifesto Antropófago, que defendia a ideia de “devorar” influências estrangeiras e transformá-las em algo genuinamente brasileiro. Hoje, está no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (MALBA).
“A Lua” Tarsila do Amaral (1928)
Pertencente à fase antropofágica, a obra retrata um cacto estilizado com aparência quase humana, sob a luz de uma lua crescente, em um cenário de cores profundas e atmosfera introspectiva. A composição mistura elementos do modernismo com toques surrealistas, reforçando a poética visual de Tarsila.
“Operários” Tarsila do Amaral (1933)
Assim que a artista entrou em uma fase mais social, fez a tela retratando operários sem sorrisos, diversos rostos inexpressivos e outra tela chamada de “Segunda Classe”.
Tarsila do Amaral – “O Pescador” (1925)
“O Pescador” é uma obra que se destaca não apenas pela beleza estética, mas também pelo rico contexto histórico e relevância cultural. Pintada em 1925, a obra reflete a complexidade da sociedade brasileira e a valorização da identidade nacional.
“A Negra” (1923)
“A Negra”, criada em 1923, pertence a um momento em que Tarsila do Amaral aprofundava a pesquisa sobre suas origens brasileiras e incorporava referências da cultura africana em sua arte. A obra apresenta a figura de uma mulher negra, nua, com proporções acentuadas e expressão enigmática. Ao fundo, formas abstratas e cores intensas compõem o cenário, transmitindo energia e ressaltando a diversidade cultural do Brasil.
Biografia de Tarsila do Amaral
Tarsila do Amaral foi uma das artistas mais importantes do modernismo brasileiro e um ícone na construção de uma identidade artística nacional. Confira um resumo de sua história e legado:
- Infância e formação: nascida em Capivari, no interior de São Paulo, cresceu em uma família de fazendeiros, o que lhe deu acesso à educação e a oportunidades de viagens.
- Paris e a influência europeia: na década de 1920, viveu na capital francesa, onde absorveu tendências de vanguarda que depois adaptaria à realidade brasileira.
- Fases artísticas: criou duas fases marcantes – a Pau-Brasil, caracterizada por cores vivas e cenas tipicamente brasileiras, e a Antropofagia, que incorporava símbolos e metáforas culturais, como no quadro Abaporu.
- Temas sociais: mais tarde, sua arte também passou a retratar questões sociais, representando trabalhadores e a vida popular.
- Últimos anos: mesmo com dificuldades financeiras e de saúde, continuou pintando e participando de exposições até falecer em São Paulo, em 1973.
Quem foi Tarsilia do Amaral?
Tarsila de Aguiar do Amaral (1886–1973) foi uma das figuras centrais do modernismo brasileiro e uma das artistas mais reconhecidas da América Latina. Pintora, desenhista, ilustradora e também cronista, integrou o chamado “Grupo dos Cinco” ao lado de Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia, responsáveis por consolidar a arte moderna no Brasil.
Teve uma formação marcada por viagens e estudos tanto no Brasil quanto no exterior, especialmente em Paris, onde se aprofundou em estilos como o cubismo e o surrealismo, além de ter sido aluna de mestres como Fernand Léger. Ao retornar ao Brasil, desenvolveu uma linguagem única, com forte identidade nacional, cores vibrantes e elementos da cultura popular.
Pinturas Tarsila do Amaral: características técnicas
As pinturas de Tarsila do Amaral se destacam por uma combinação única de modernismo europeu com temas e cores tipicamente brasileiros. Sua técnica foi se transformando ao longo da carreira, mas manteve elementos marcantes que ajudaram a construir sua identidade artística.
1. Cores vibrantes e chapadas
A paleta de Tarsila é rica em verdes intensos, amarelos solares, azuis profundos e rosas vivos. As cores costumam ser aplicadas de forma chapada, sem gradações tonais complexas, criando superfícies planas e limpas que ressaltam as formas.
2. Formas simplificadas e geométricas
Influenciada pelo cubismo e pela arte primitivista, Tarsila reduzia figuras e paisagens a formas geométricas básicas, mantendo ainda a legibilidade do tema. Essa simplificação dava às composições um aspecto moderno e estilizado.
3. Contornos bem definidos
Muitas de suas obras apresentam traços nítidos delimitando áreas de cor, o que ajuda a criar contraste e clareza visual. Essa técnica também reforça a sensação de organização e equilíbrio.
4. Escala e proporção expressivas
Em quadros como “Abaporu”, Tarsila brinca com a desproporção, ampliando ou reduzindo partes do corpo ou elementos da paisagem para gerar impacto simbólico.
5. Temas nacionais e simbólicos
Mesmo em obras de caráter surreal ou abstrato, as referências à cultura, flora, fauna e cotidiano brasileiros são evidentes. Ela transformava temas populares e rurais em arte erudita, mantendo acessibilidade visual.
6. Composição equilibrada
Apesar da ousadia cromática e formal, suas pinturas têm organização cuidadosa, com distribuição harmoniosa dos elementos. O uso do espaço negativo também é estratégico, garantindo respiração visual.
Outras obras marcantes de Tarsila do Amaral
O legado de Tarsila traz composições que podem inspirar a decoração de ambientes com um toque cultural e moderno:
“Antropofagia” – Tarsila do Amaral, 1929
Ícone do modernismo, a obra combina elementos de Abaporu e A Negra para criar uma cena simbólica. Representa a proposta do movimento antropofágico de absorver e transformar influências estrangeiras em algo genuinamente brasileiro.
“A Cuca” – Tarsila do Amaral, 1924
Inspirada no folclore brasileiro, apresenta a figura mítica de forma estilizada e colorida. A artista transforma a personagem tradicionalmente assustadora em uma composição lúdica e geométrica.
“Morro da Favela” – Tarsila do Amaral, 1924
A pintura retrata uma favela com casas coloridas, vegetação e pessoas, mostrando uma visão idílica e harmoniosa da vida na comunidade, embora também possa ser interpretada como uma denúncia social da época, devido ao aumento das favelas no Brasil.
“O Mamoeiro” – Tarsila do Amaral, 1925
A pintura faz parte do período conhecido como “Pau-Brasil” na trajetória da artista, caracterizado pela valorização da cultura e da natureza brasileira. A obra retrata um mamoeiro, árvore tropical típica do Brasil, com cores vibrantes e formas simplificadas, elementos que remetem ao cubismo e à estética modernista.
“Paisagem com Touro” – Tarsila do Amaral, 1925
A obra traduz o imaginário do campo brasileiro, combinando influências cubistas a uma paleta de cores intensas. Nela, Tarsila expressa a proposta de criar uma “arte brasileira com tons caipiras”, onde o ambiente rural é retratado como um espaço de vigor, mas também de serenidade e labor diário. O touro, ícone da força do interior, aparece integrado a uma paisagem quase poética, com casas modestas e montanhas ao fundo, revelando a interpretação pessoal da artista sobre a vida no campo.
“Urutu” – Tarsila do Amaral, 1928
Produzida em 1928, a pintura retrata o urutu, uma serpente típica do Brasil, ao lado de um ovo, inseridos em um cenário de caráter surrealista. Carregada de simbolismos, a obra remete à ideia de transformação, à valorização da fauna nacional e ao propósito de construir uma identidade artística genuinamente brasileira.
Livros de Tarsila do Amaral: quando a arte ultrapassa a tela e ganha palavras
Além de pintora fundamental para o desenvolvimento do ideário modernista brasileiro, Tarsila do Amaral é também autora de vasta produção escrita, publicada quase integralmente em jornais de São Paulo e do Rio de Janeiro entre 1936 e 1956, e que engloba poemas, crônicas e um conto.
Em sua maioria inéditos em livro, seus textos lançam luzes sobre facetas da artista pouco estudadas, porém bastante ricas, como, por exemplo, sua visão do meio artístico-cultural de São Paulo e, sobretudo, as estreitas relações da pintora com a cultura francesa, presentes nas crônicas. Nesses textos, as lembranças dos encontros com artistas europeus de vanguarda e uma extensa bibliografia francesa traduzida e comentada compõem a ponte que liga a autora Tarsila a seus leitores, e que passa pela França.
Como Tarsila do Amaral morreu?
Tarsila do Amaral morreu aos 83 anos, no dia 17 de janeiro de 1973, em decorrência de complicações pós-operatórias no Hospital da Beneficência Portuguesa em São Paulo. O seu sepultamento ocorreu no mesmo dia, no Cemitério da Consolação.
Onde nasceu Tarsila do Amaral?
Tarsila do Amaral nasceu em 1º de setembro de 1886, na cidade de Capivari, interior de São Paulo. A paisagem rural, as cores vibrantes e os elementos da vida no campo influenciaram fortemente sua paleta cromática e os temas de suas obras ao longo de toda a carreira.
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Tarsila deixou um grande legado no Brasil e em todo o mundo. Atualmente, inclusive, é possível criar uma decoração em casa inspirada na artista! Isso pode ser feito não só através de almofadas ou tapetes, por exemplo, mas com quadros de Tarsila e objetos decorativos. Veja como é fácil ter uma galeria em casa:
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